15/08/2019

Confira os destaques do bate-papo do Movimento de Inovação na Educação no Fórum da Undime

Nesta quinta feira, 15 de agosto, o Movimento de Inovação na Educação participou de live no Fórum Nacional da Undime. A conversa ao vivo contou com a presença de Helena Singer e Renata Altman, integrantes do grupo gestor do Movimento, e foi realizada pela equipe do Conviva Educação.

O bate-papo abordou o que é inovação na educação e como isso se dá nas práticas pedagógicas. De saída, Helena Singer fez uma distinção: “Tecnologias digitais na escola, muitas vezes, são usadas como sinônimo de inovação, mas são só ferramentas. Para que sirvam para inovar, transformar e qualificar a educação têm que ser usadas com um sentido. Quando a gente fala de inovação na educação a gente está falando de inovar na estrutura, na organização. Então tudo que inova na forma de organizar a escola, o espaço, o tempo, a avaliação e o currículo, essas sim são as verdadeiras inovações.”  

Renata Altman lembrou ainda como a inovação não tem receita pronta e deve ser contextualizada. “Não é uma metodologia que as pessoas implementam. É uma produção de base e coletiva. A gente entende que o Movimento de Inovação na Educação traz inspirações, mas que cada rede, escola ou organização precisa criar o que é inovação dentro da sua realidade.”

Além disso, a inovação educativa não está restrita ao espaço da escola. “Há muitas organizações não-escolares que estão inovando há muito tempo e produziram formas inovadoras de organizar gestão, espaço, currículo e as relações. Isso tudo em parceria com a comunidade e com as famílias”, trouxe Helena.

Entres os aspectos que contribuem para a inovação na educação em diferentes dimensões, as especialistas apontam uma gestão compartilhada, isto é, que traz a participação dos estudantes e das famílias; a organização do espaço de forma a superar o formato das salas enfileiradas, possibilitando a exploração de outros recursos disponíveis como quadras e laboratórios; uma metodologia que dá mais protagonismo ao estudante para serem autores de seus projetos de aprendizagem; e uma escola aberta para as relações com a comunidade, outros setores e secretarias, se colocando como um centro de produção de conhecimento.

Papel da gestão

Em relação à contribuição que as gestões públicas podem trazer para a agenda, Helena destacou a importância do apoio e reconhecimento. “Os gestores têm um tesouro na sua rede quando há uma escola que está se reinventando. Então o que eles podem fazer é reconhecer essas escolas, seu potencial de inspirar outras e criar espaços de troca e condições para que elas sistematizam sua práticas.”

Para Renata, outra oportunidade está na implementação de políticas educacionais como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “A inovação pode ser uma saída para que essas políticas possam acontecer de uma forma mais fluida. Saindo da caixinha e pensando de outras formas, podemos ter resultados melhores”.

Bons exemplos de inovação

Entre as instituições mapeadas pelo Movimento, Renata destacou a experiência da escola rural Zeferino Lopes De Castro, localizada em Viamão (RS). “Os alunos trabalham por projetos de aprendizagem e muito próximos da comunidade. No começo, inclusive, foi difícil convencer a comunidade de que aquilo poderia ser interessante, mas com o tempo a escola foi convidando as família para as mostras de projeto e todos ficaram muito felizes.” 

Helena, por sua vez, ressaltou o trabalho da Escola Nossa Senhora do Carmo, situada em Bananeiras (PB). “No ano passado, eles criaram um núcleo de educação transformadora articulando 11 municípios da Paraíba. Então a partir da experiência da escola, outros começaram a pensar suas próprias redes e como o projeto político pedagógico poderia se transformar para garantir a educação de qualidade. Porque não é porque está na moda que tem que inovar, mas porque a inovação oferece uma aprendizagem com sentido e de qualidade.”