21/10/2019

Estudantes de Itabira (MG) criaram projeto para ampliar suas vozes frente a preconceitos contra os jovens

Em um mundo marcado pelo adultocentrismo, muitas vezes a voz das crianças e jovens passam despercebidas, não sendo ouvidas com a devida credibilidade ou atenção. Dentro e fora das salas de aula, estudantes dos 7º e 8º anos do Ensino Fundamental do Colégio Municipal Professora Didi Andrade, em Itabira (MG), sentiam essa realidade e procuravam por mais oportunidades para expressar suas opiniões e denunciar práticas de bullying e preconceitos.

Incomodado, o grupo de alunos se reuniu para propor formas de ampliar suas diferentes vozes na escola: era o começo do projeto “Fora da Bolha”, um dos premiados na 5ª Edição do Desafio Criativos da Escola, de 2019, iniciativa no Instituto Alana.

A primeira iniciativa foi proposta por uma aluna que buscou ajuda de sua educadora para promover uma ação contra a homofobia que observava na escola. A partir daí, o grupo se mobilizou para saber, entre os colegas, quais eram os temas que eles sentiam mais necessidade de conversar. Racismo, abuso, violência doméstica e machismo foram os principais assuntos elencados, sendo que, em muitos casos, os estudantes relataram serem vítimas dessas situações e preconceitos.

Para tirar esses assuntos da invisibilidade e contar suas histórias, a turma planejou, com o apoio de professores e da gestão escolar, uma maneira criativa e respeitosa de divulgar essas histórias: promoveram rodas de conversa, construíram histórias a partir dos depoimentos, que foram dados de forma anônima, e interpretaram o roteiro em vídeos compartilhados em um canal de YouTube.

Impactos

As primeiras exibições aconteceram em sessões exclusivas para os estudantes durante o período de aulas. Ao término, os professores estimulavam o diálogo entre os adolescentes para que eles dividissem suas impressões sobre os conteúdos.

Muitos revelaram que nunca haviam pensado naqueles assuntos e se mostraram solidários com as situações e lutar contra preconceitos retratados. Em pouco tempo, os relatos se propagaram e o sentimento de empatia tomou conta da escola, tirando muitos jovens de suas bolhas.

Além das respostas positivas dos colegas, os integrantes do “Fora da Bolha” notaram que a convivência no ambiente escolar melhorou significativamente. Como continuidade do projeto, o grupo planeja a realização de novas ações para que suas vozes sejam, de fato, ouvidas e não mais silenciadas. E, com relação aos casos mais preocupantes observados nas conversas, o grupo contou com o apoio e o encaminhamento dos professores e da gestão da escola.

Saiba mais sobre o projeto Fora da Bolha

 

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