25/10/2022

Educação climática: entrevista com Glória Cristina Marques Coelho Miyazawa, do IFSP, em São Roque (SP)

*Texto publicado originalmente pela LearningPlanet Alliance

Todos os anos, em 15 de outubro, o Dia dos Professores celebra os esforços dos professores em transformar a educação, reconhecendo o apoio e os recursos de que precisam para se destacar em sua vocação, além de reavaliar o caminho a seguir na profissão.

Na entrevista abaixo, realizada pela LearningPlanet Alliance, conheça o trabalho de Glória Cristina Marques Coelho Miyazawa, que é professora do Instituto Federal de Educação em São Roque (SP), Brasil. Ela é apaixonada por educação ambiental, e esse tem sido um dos principais focos de seus ensinamentos por mais de 20 anos.

A educadora atua com jovens do ensino médio, de 15 a 18 anos, e adultos no ensino superior. É licenciada em Ciências Biológicas, mestre em Ecologia e Recursos Naturais e doutora em Ensino das Ciências e da Matemática.

Como alguém pode se tornar um educador climático?

Acredito que todos devem se preocupar com as questões climáticas por causa de quão presentes elas estão em nossas vidas. A partir dessa preocupação, as pessoas que buscam conhecimento sobre o assunto saem de sua zona de conforto e passam a enxergar com mais clareza a necessidade de se tornar um educador climático e contribuir para a disseminação da informação científica para todos os tipos de públicos.

No entanto, é importante destacar que o tema é bastante complexo e deve ser abordado com profundidade para que as pessoas possam ter uma compreensão correta.

Quem ou quais são suas fontes de inspiração?

Tenho três materiais que considero fonte de inspiração para trabalhar a educação climática no ensino médio e que utilizo como referência em minhas aulas. Eles são:

  1. Mudanças Climáticas na Sala de Aula: curso da UNESCO para professores (ensino fundamental II e ensino médio) sobre educação em mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável (EMCDS). Autores: David SELBY e Fumiyo KAGAWA. Brasília: UNESCO, 2014.
  2. Temas Atuais em Mudanças Climáticas: para ensino fundamental e médio. Autores: Pedro Roberto JACOBI; Edson GRANDESOLI; Sônia Maria Viggiani COUTINHO; Roberta de Assis MAIA e Renata Ferraz de TOLEDO. São Paulo: IEE – USP, 2015.
  3. Novos temas em emergência climática para escolas de ensino fundamental e médio. Autores: Edson GRANDESOLI; Pedro Henrique Campello TORRES; Pedro Roberto JACOBI; Renata Ferraz de TOLEDO; Sonia Maria Viggiani COUTINHO e Kauê Lopes dos SANTOS. São Paulo: IEE-USP, 2021.

Como você e outros professores envolvem as crianças em tais tópicos?

Sempre utilizo estratégias que fazem os jovens pensarem, refletirem e agirem sobre as causas e consequências do problema. Uso documentários, podcasts, leituras e discuto artigos científicos, postagens em redes sociais e intervenções comunitárias.

Qual é o melhor conselho que seus alunos lhe deram?

Meus alunos me surpreendem diariamente com suas preocupações e posicionamentos em relação ao seu futuro e ao futuro de todas as pessoas do planeta. O melhor conselho que me deram é ampliar as ações internas e externas de conscientização sobre as mudanças climáticas, para que eu possa aumentar o número de pessoas envolvidas na busca de soluções.

Você é otimista em relação ao futuro?

Às vezes, quando me deparo com negacionistas e pessoas que usam o poder econômico e político para manipular a opinião pública, fico um pouco desanimada. No entanto, quando vejo jovens lutando por um futuro melhor, renovo minhas esperanças. Continuo esperançosa de que seja possível mudar o caminho trágico que escolhemos seguir.

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