22/08/2018

Aprender em Comunidade

Na obra “Aprender em Comunidade”, o professor José Pacheco emprega o gênero textual epistolar para traçar um diálogo entre educadores brasileiros já mortos e professores da atualidade interessados em criar uma comunidade aprendiz com seus alunos.

Ao todo, são 25 cartas redigidas. Escritas no Brasil e para figuras que marcaram este país, José Pacheco tem uma intenção clara – recordar aos educadores do presente que não podem ignorar o patrimônio de ideias e experiências do passado.

Desse modo, inscreve as suas próprias propostas educativas no tempo longo da História, evitando cair em modas ou novidades, sempre inúteis, sempre passageiras. Uma pergunta atravessa todas as missivas: por que é que falhamos? Por que razão não conseguimos pôr em prática os nossos ideais? A pergunta é dura, inquieta-nos, desassossega-
-nos, mas tem de ser feita.

3 teses

Nesse sentido, o autor apresenta três teses. A primeira é a relativa ao resgate da memória, à superação da ditadura do presente e da “novidade” (no sentido festivo, midiático). A segunda é a da absoluta necessidade da atitude de indignação frente ao modelo escolar desumano, predominante e historicamente dado. A terceira é a do combate ao complexo de vira-lata (Nelson Rodrigues), essa mania que os brasileiros têm de só valorizar o que vem do exterior.

“Ao longo de um ano, fui registrando reflexões sob a forma de cartas. Vejo, agora, que redigi um enunciado de perplexidades. Os 25 extintos destinatários das missivas anunciaram novos modos de aprender, mas quase todos mantiveram as suas práticas ancoradas no modelo de ensinar que denunciaram, à semelhança dos vivos que tomam consciência da falência do velho modelo e, paradoxalmente, nele insistem. É certo que a herança totalitária
do Vargas, que liquidou os intentos da Nise, bem como o tempo dos generais, que exilou Freire, explicam  parcialmente esse paradoxo. Mas continuo perplexo perante tentativas de melhorar o que já não pode ser melhorado, perante as práxis de educadores que ainda confundem educar com escolarizar”, afirma o autor.

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