Comunidade de Aprendizagem Mirantão

A Comunidade de Aprendizagem Mirantão baseia-se nos princípios da aprendizagem dialógica, da participação educativa da comunidade e de práticas inclusivas para oferecer uma educação de qualidade para as crianças e jovens atendidos, além do desenvolvimento da convivência e de atitudes solidárias.

A estruturação e conceitos por trás das Comunidades de Aprendizagem contam com uma base científica sólida, desenvolvida ao longo de mais de 30 anos de pesquisa e envolvendo uma equipe com cerca de 70 estudiosos de diferentes países e diversos campos do conhecimento.

Seu alicerce conceitual está referendado pelas conclusões do Projeto Includ-ed – desenvolvido pela Comissão Europeia – que identificou e analisou estratégias educacionais que superavam desigualdades e melhoravam os resultados de aprendizagem.

Entre os achados que contribuem para a aprendizagem está o trabalho por meio de Grupos Interativos: agrupamentos de todos os alunos de uma turma em subgrupos de quatro ou cinco jovens, da forma mais heterogênea possível no que diz respeito a gênero, idioma, motivações, nível de aprendizagem e origem cultural. Cada um dos grupos é então tutorado por uma pessoa adulta da escola ou da comunidade, que voluntariamente participa da aula para favorecer as interações.

Outra prática é o Modelo Dialógico de Resolução de Conflitos, que tem na busca por consensos sua base. Para tanto, envolve toda a comunidade na elaboração de um marco de convivência que seja aceitável e legítimo para todos os envolvidos. Assim, são construídas – conjuntamente e de forma consensual – as normas da escola que todos devem respeitar e os procedimentos a serem tomados quando estas normas são transgredidas.

Além disso, em uma Comunidade de Aprendizagem, a força está nos argumentos mais do que na hierarquia de quem está falando. Para que o diálogo seja igualitário, todos devem ter a mesma oportunidade de falar e de ser escutados – não importa a função exercida, a classe social, a idade, etc.