28/06/2019
Fazer com que o jovem tenha prazer em aprender e veja sentido na educação ao longo de toda a vida é um dos maiores desafios enfrentados por gestores e formuladores de políticas públicas. Na última semana, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo IBGE, mostrou que quase um quarto dos jovens entre 18 e 24 anos não estuda e nem trabalha. Melhorar esses números depende que diferentes setores atuem de maneira coordenada.
Um dos esforços neste sentido vem da plataforma Educação Livre, que nasce a partir de uma iniciativa de Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), Sesi (Serviço Social da Indústria) e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) que, em parceria com organizações sociais e empresas, oferece trilhas educativas para melhorar a empregabilidade de jovens.
“Educação Livre é um movimento que procura gerar um ecossistema de atores que estão pensando em uma educação que chegue ao jovem que desistiu da escola ou já completou o ensino médio, mas tem dificuldades para empreender ou entrar no mercado de trabalho”, diz Jessica Stephenson, gestora do projeto.
Organizada no formato de trilhas, a plataforma disponibiliza materiais que respeitam princípios básicos como: promoção de aprendizado prático de maneira divertida, por meio do conteúdo colaborativo feito por uma rede de educadores e voluntários que sejam capazes de gerar oportunidades como acesso a cursos, bolsas ou vagas de emprego.
Entre os principais temas disponíveis no site estão habilidades importantes para o século 21, como educação financeira, trabalho em equipe, planejamento e organização e noções básicas de matemática e português. Segundo Jessica, até serem agrupados nas trilhas, os vídeos, fichas ou documentos que ensinam e exemplificam uma habilidade específica, precisam ter como foco as diferentes maneiras de aprender. Por mais que ao final o usuário seja convidado a responder um questionário sobre um determinado tópico, ele passa por teoria, explicações visuais e história de vida.
Todo esse percurso pode ser personalizado por empresas que pretendem divulgar vagas, implantar programa de mentoria ou de responsabilidade social. “Podemos customizar a trilha para uma vaga específica, com as competências socioemocionais que o recrutador procura. Ao final, enviamos à empresa todas as informações do processo e como o jovem se desenvolveu”, diz a gestora.
A mesma funcionalidade é oferecida a educadores, que podem subir conteúdos próprios e criar trilhas que atendam aos objetivos de seus currículos (o site oferece oficinas online que explicam o passo a passo). Ao final das atividades, também é oferecido um relatório para alunos da turma atendida.
No ar desde 2016, o site já impactou mais de 9 mil jovens, 300 deles conseguiram um emprego e outros 3 mil estão em processo de seleção.
Texto publicado originalmente no Porvir