21/01/2019
De acordo com o relatório do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, as boas escolas são aquelas com experiências que trazem conceitos, processos, estruturas e metodologias novos, capazes de mapear o interesse e a criatividade dos estudantes.
O material destaca também como inovadoras iniciativas que favorecem a participação de estudantes, professores, funcionários e familiares e criam ambientes de colaboração, transparência e descentralização.
O relatório, que você pode baixar em nossa biblioteca gratuitamente, sintetiza as principais contribuições do ciclo de seminários Educação básica brasileira: dificuldades aparentes, desafios reais entre, que aconteceu entre agosto de 2017 e março de 2018.
“O ponto de partida deve ser a tarefa ética da educação, que é garantir a aprendizagem de todos”, destaca o texto, citando o educador e idealizador da Escola da Ponte, em Portugal, José Pacheco, um dos participantes do seminário e integrante do Movimento de Inovação na Educação. “Só vale a pena a inovação que vem atender a essa tarefa. Ou, de outra perspectiva, é preciso inovar sempre que alguém estiver excluído do processo de aprendizagem.”
Segundo Pacheco, junto da inclusão, as exigências do tempo histórico também sinalizam por inovações. São essas demandas que colocaram em xeque, já no século 20, o “paradigma da instrução”. Fundado na centralização em torno da escola, ele se caracterizou por professores transmitindo conteúdos para um número grande de estudantes e o recurso a aulas, provas e seriações.
Para os especialistas, é a hora do “paradigma da comunicação”, alicerçado na comunidade de aprendizagem. “Nela, o currículo é trabalhado em uma tripla dimensão”, explicita o relatório. “A primeira é a da subjetividade, que se refere às necessidades e desejos de cada um. A segunda, da comunidade, voltando-se para o seu desenvolvimento sustentável. A terceira é a universal, que nos possibilita ver que não estamos sozinhos no mundo.” Produção descentralizada do conhecimento e foco na relação educando-educadores são pilares dessas inovações.
O documento destaca ainda iniciativas inovadoras que tiveram local em Manaus. Com 499 escolas, 415 urbanas e 84 que incluem escolas ribeirinhas e indígenas bilíngues, atendendo dez etnias e quatro línguas, a rede da capital amazonense abriga 242 mil estudantes. Lá, calendário e currículo ganharam novos significados através da valorização da cultural local.
Algumas dessas escolas já fazem parte da rede do Movimento de Inovação na Educação.
Território Amazônia e a educação inovadora
Para que as iniciativas inovadoras ganhem ainda mais espaço, o documento apresenta uma lista de tarefas, como a reorganização dos programas de formação de professores e o fomento à autonomia das escolas
O material indica também a necessidade da criação de dispositivos que garantam a continuidade de projetos inovadores mesmo com mudanças de governo e a sintonia entre atos administrativos e pedagógicos
Com informações do Jornal da USP. Clique para ler a reportagem completa