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É uma situação comum para os professores: você apaga as luzes e começa a exibir um vídeo curto. Olha ao redor da sala de aula, esperando ver rostos atentos, mas, em menos de um minuto, alguns estudantes já estão batucando nas carteiras ou dispersos.
Na educação, fala-se muito sobre engajamento, mas o foco é realmente a base para isso. Em minha experiência na sala de aula do ensino médio, aprendi que os estudantes não estão sendo desobedientes ou indiferentes quando perdem a concentração — eles estão tendo dificuldade em ouvir com propósito. Eles precisam de ferramentas que os ajudem na melhora do foco e da capacidade de manter a atenção.
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Decidi desenvolver recursos e estratégias que pudessem ajudar meus alunos com perfis variados de aprendizagem, como atrasos no processamento, ansiedade, desafios de atenção e autismo. Sabia desde o início que o que fosse desenvolvido precisava ser flexível. O objetivo nunca foi a perfeição, mas sim o acesso e a autonomia.
Como resultado, desenvolvi três estratégias para a sala de aula que não sobrecarregam os estudantes com trabalho extra. Ao contrário, elas ajudam os alunos a assumir o controle da própria atenção. Nomeei as estratégias como “A academia da escuta”, “A dieta do ruído” e “GPS do foco”.
Tenho observado de perto o quanto essas estratégias são úteis para meus alunos. Recentemente, recebi um e-mail de um ex-aluno que contou que ainda usa o método do GPS do foco quando se sente sobrecarregado no trabalho.
Veja a seguir como cada estratégia foi criada e como você também pode experimentá-las.
Ouvir é uma ação, não uma experiência passiva. Quero que os estudantes sintam que estão treinando a atenção — por isso, chamei essa proposta de academia da escuta.
Como em qualquer treino na academia, começamos com um aquecimento. Chamo essa etapa de “desafio do eco”, quando os alunos compartilham verbalmente, em uma frase, uma ideia principal logo após assistirem a um vídeo ou ouvirem uma história. Às vezes, esses relatos são feitos por alunos que levantam a mão; outras vezes, eles compartilham com um colega. É um exercício leve que estimula a participação.
Em seguida, vêm duas “repetições” para o cérebro: uma para captar a ideia geral e outra para os detalhes. Na primeira repetição, os alunos assistem ou escutam novamente o conteúdo. Dou de cinco a dez minutos para que façam anotações ou esquemas sobre a ideia principal e, depois, três minutos para discutir em dupla.
Na segunda repetição, o vídeo é reproduzido mais uma vez. Peço aos estudantes que prestem atenção ao tom, às palavras-chave e aos detalhes que passaram despercebidos. Depois, solicito a eles a conclusão final, desta vez mais focada e segura. Para tornar a atividade mais interessante, às vezes divido a turma em dois grupos para ver qual lado consegue apresentar o resumo mais preciso, a melhor frase ou a conclusão mais criativa.
Quando os alunos ficam empolgados para compartilhar, é sinal de que estão realmente concentrados.
Percebi que, combinadas, essas etapas funcionam muito bem. Um aluno me disse que a academia da escuta fortaleceu sua aprendizagem ao facilitar o reconhecimento do que deve prestar atenção. Outro passou a se voluntariar para liderar o aquecimento, dizendo: “Vamos começar nossa academia”.
A distração faz parte do cotidiano do ensino médio. Os alunos lidam com o barulho dos corredores, com o ruído mental e, claro, com o zumbido constante da tecnologia. Em vez de lutar contra as distrações, conversamos sobre elas.
Peço que meus alunos façam uma análise do que mais os distrai: um pensamento ansioso? A vontade de checar notificações? A partir daí, criamos uma dieta do ruído. O objetivo não é eliminar tudo, mas abrir espaço para o que realmente importa.
Um exemplo do feedback dos meus alunos: alguns colegas ficavam batendo canetas e lápis durante as discussões em grupo, achando que isso os ajudava a se concentrar. Mas o resto da turma disse que o barulho atrapalhava. Desde então, substituímos esses objetos por alternativas silenciosas, como bolinhas antiestresse e tiras de tecido, que atendem à mesma necessidade sensorial sem atrapalhar a aprendizagem.
Outra fonte comum de distração é o movimento sutil dos alunos: batucar nas pernas, enrolar o cabelo, mexer nas cadeiras. Ficar parado o dia todo não é realista, especialmente para adolescentes. Por isso, incluímos o movimento intencional como parte da dieta do ruído. Se os alunos conseguem ouvir, participar e trabalhar em grupo, o uso de assentos flexíveis é bem-vindo. Também adotamos ferramentas de movimento que acompanham o ritmo natural da aula, como zonas para caminhar.
São espaços abertos na sala onde os estudantes podem andar silenciosamente enquanto pensam ou trabalham. Não definimos o local formalmente, mas eles sabem onde é permitido se movimentar sem atrapalhar os colegas. Também estabelecemos limites: durante explicações diretas ou provas, o uso desses recursos de movimento é restrito para preservar a concentração de todos.
A ferramenta da dieta do ruído que considero mais impactante é o uso de um metrônomo tocando ritmicamente por baixo de uma música calma durante trabalhos individuais e provas. A ideia veio da minha filha, diagnosticada com atraso no processamento na segunda série. Na época, buscamos soluções simples para ajudá-la a regular o foco. Ela adorava sapateado e, como compreendia naturalmente ritmo e compasso, apresentei o conceito do metrônomo. Isso ofereceu a ela um pulso constante para sincronizar, como na dança.
Ela usou o recurso ao longo do ensino médio: em sessões de estudo noturnas, em grandes projetos e até na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Agora na universidade, ainda recorre ao mesmo ritmo para bloquear distrações e entrar em estado de foco.
O metrônomo é confiável e apoia a concentração. Seu ritmo constante funciona como um guia de fundo, um compasso suave para o cérebro sincronizar. Não é algo chamativo — e justamente por isso é eficaz. Até o tique-taque suave de um relógio de sala pode servir como âncora natural para a atenção. Muitas vezes, os alunos nem percebem, mas sua concentração segue esse ritmo. Recentemente, um aluno me contou que conseguiu terminar a prova com tempo para revisar o que fez, algo incomum para ele. Esse tipo de impacto silencioso diz muito.
Os adolescentes estão sempre navegando entre telas, tarefas escolares e redes sociais. Eles não chamam isso de “navegação”, mas vivem essa realidade. Os celulares estão sempre ao alcance, e para muitos, esse ritmo de rolagem rápida substituiu o foco real.
Por isso, a ideia do GPS do foco surgiu rapidamente. Ela oferece aos alunos maneiras de redirecionar a atenção, como se reiniciassem um jogo ou mudassem de rota ao perceberem que erraram o caminho. Às vezes, o cérebro precisa de um momento para se reajustar, e o GPS do foco ajuda nessa tarefa.
Basicamente, o GPS do foco dá aos estudantes opções para se redirecionar: anotar uma “palavra de foco”, fazer um alongamento rápido de dez segundos ou respirar profundamente com intenção. São pequenos resets que incentivo os alunos a usar sempre que perceberem que a atenção está se dispersando.
O que me surpreendeu foi a naturalidade com que os alunos adotaram essa prática.
No início, eu apenas comentava de forma casual: “Olha, você está usando seu GPS do foco”. Com o tempo, eles passaram a perceber e aplicar sozinhos. Um aluno, por exemplo, começou a fazer um alongamento rápido antes de cada prova, sem precisar que eu lembrasse. Outro, que costumava travar em tarefas longas, aprendeu a fazer uma “pausa do GPS do foco”: escrevia uma palavra como “reset” em um post-it, levantava-se e respirava fundo. Isso melhorou sua persistência nas tarefas difíceis, e ele passou a concluir trabalhos de escrita que antes evitava.
A melhor parte desse sistema simples é que ele não exige que o professor obrigue os alunos a focar. Em vez disso, eles aprimoram a resistência para se concentrar. Assim como na dieta do ruído e na academia da escuta, o GPS do foco não é apenas a entrega de uma ferramenta — é um convite para que os estudantes compreendam quando e como usar estratégias importantes para seu aprendizado.
* Publicado originalmente em Edutopia e traduzido mediante autorização
© Edutopia.org; George Lucas Educational Foundation
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